quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Fuja!

Odeio pessoas ideologicamente cegas. Como dizia Raul, "Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante". Acredito que alguém que tem a mente aberta e está sempre refletindo não se apega a sensos comuns e está pensando e repensando o mundo à sua volta. Esse ato de reflexão contínua é um desafio, pois ele modifica todos os dias o seu olhar sobre o mundo.
Fugir do senso comum é criar um senso crítico. Algumas vezes somos condenados a seguir o senso comum (porque concordamos ou porque somos forçados), afinal, às vezes é melhor ficarmos calados; mas outras vezes somos obrigados a criticar e discutir.
Falo isso tudo porque desde que as aulas começaram me sinto incomodado com a postura de "extrema direita" da minha professora de História. Respeito as pessoas que tem opiniões política e ideológicas diferentes da minha, mas como já disse, odeio pessoas ideologicamente cegas. Para ela comunismo, socialismo, Karl Marx e tudo relacionado a esquerda é completamente descartável e segundo ela não passa de bobagem.
Tudo bem, é a opinião dela, mas eu acredito que como formadora de opinião (como a maioria dos professores) ela deveria evitar julgamentos ideológicos. Porém, não estou aqui só por causa disso, estou aqui porque ela vai além da crítica vazia, ela mente. Sim, ela mente para sustentar seu preconceito travestido de critica contra o governo Lula. São mentiras como "Esse governo que estabelece relações comerciais e diplomáticas com o Chávez, vocês sabiam que o BNDES emprestou dinheiro para a construção de um shopping na Venezuela? Pois é, nunca mais veremos esse dinheiro". Procurei no Google e adivinhe: nada de BNDES com shopping na Venezuela.
Criticar o Chávez porque leu na Veja é o senso comum, fuja dele.
Para terminar: o que ela faz não é legal, e muitos colegas de sala vão acreditar no conto do vigário "vejista", vão passar no vestibular, acabar sua faculdade, conseguir um emprego e esses meus colegas no futuro, estarão cheios de um preconceito idiota: o preconceito contra o pobre trabalhador, que é disseminado na sala de aula quando a professora diz que todos os pobres do mundo podiam morrer que nada mudaria muito (Mudaria sim! Quem iria trabalhar?).
Esse senso comum é o mesmo de que podemos jogar bombas em favelas, é o mesmo que nos impede de ver a dignidade da pessoa humana. Fuja disso.

2 comentários:

  1. Se sinta privilegiado por estar dentro do grupo de alunos desta professora que não a acham o máximo pelas bobagens que ela fala, mas sim que ainda a escutam e sabem falar com precisão que ''isto está errado''.
    Aguentei um ano, agora é sua vez!
    Ou FUJA dela!

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  2. Não sei quem é mais tolo, quem fala ou quem escuta e acredita cegamente. As pessoas deveriam ser mais críticas e mais curiosas, e não aceitar tudo de braços abertos e seguir a corrente. Do que adianta reclamar de algo sobre o qual você não tem conhecimento nenhum? É chamar todo político de ladrão sem nem saber o que um deputado faz, por exemplo. Ou dizer que todo cientista social ganha pouco sem nem saber o que é sociologia. Ah. ¬¬

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